Trairões do Asfalto

Trairões do Asfalto

5 de out. de 2010


ENGOLIDOS PELA FLORESTA

Pois é galera, até então a viagem esta sendo somente de aventura e estilo rally. Nesse sentido a saída de Vilhena/RO (portal da Amazônia), foi cedinho mais uma vez, o pessoal ja esta adaptado a acordar cedo e dormir cedo, (heheheh), O destino seria Humaitá/AM, e assim foi realizado, porém com vários imprevistos no caminho. O calor já esta sendo quase insuportável, esta época aqui na Amazônia é o calor mais intenso antes das chuvas que ainda não chegaram. A paisagem é somente floresta, as vezes desmatadas para umas plantações de vaca e as vezes não. Passamos por Porto Velho perto das 14:00 horas, para fazer a travessia do Rio Madeira de Balsa e enfim começar a desbravar um dos caminhos mais dificeis desse Tour pela América do Sul. (A problemática BR 319, com floresta fechada, onça, nativos e todos os mitos que aqui falam). De Porto Velho até a cidade de Humaitá, são 200 Km com um asfalto zero KM, porém a 10 Km da chegada na cidade a XT do Rafaelo já pediu reparos, (a relação 0 Km da VAZ, estourou a corrente. Obrigado VAZ por uma relação tão boa). A bicha se enrolou no pinhão tipo cobra, fazendo jus a estarmos na floresta amazônica. Não consguimos desenrolar para colocar outra, providenciamos resgate e acabamos em uma borracharia. Como esta etapa era de Maratona do Rally, que não pode ter auxilio de equipe mecância, fizemos os reparos ali, mesmo, corrente original reserva com uma emenda improvisada arrochada a marreta. serviço pronto hotel as 23:00 para um curto descanço. Manha seguinte a pior etapa estaria por vir, Humaitá/AM - Manau/AM. Mal dormimos e as 05:00 levantamos arrumamos tudo e fomos para o posto, enche tanques 15 litros, mais 10 nos camburões patrocinados pela Veterinária Rebelato, e mais dois litrões de PET. As bichas pareciam motos bomba de tanta gasolina embarcada. Largamos na difamada estrada as 06:30 e logo nos primeiros 70 Km uma chuva tropical nos acompanhava para melhorar mais ainda a situação. A estrada é um misto de asfalto com crateras, com tabatinga, com morros com restos de asfalto enfim, o negócio é bruto. Desenvolvemos bem até o meio dia quando já tinhamos uns 250 km rodados, e um tombo para cada lado, XT do Rafaelo na tabatinga molhada e XT do João nos Buracos no seco, levanta as magrelas e pau nelas. Até que por volta das 13:00 deparamos com uma ponte em condições zero de trafegabilidade, pega prancha daqui, dali, arruma aqui, sol de 40 graus, e vamos tentar, começamos a passar a XT do Rafaelo empurrada sem estar em cima, na saida da ponte o João despencou para dentro dela e largou a motoca em cima do Rafa e caiu tudo, João dentro da ponte, moto em cima das pranchas e Rafaelo para o lado esquerdo. Nada de danos fisicos e materias, porem o estado fisico dos pilotos estava precário pelo forte calor. tira a bagagem da moto, e toda força do mundo levantamos a bicha e terminamos a travessia, já fadigados pelo calor e já sem água. Todo o mesmo processo com a outra XT, porém essa não derrubamos, mas consumiu o que restava de forças. deitamos no meio das arvores na sombra e ficamos 30 minutos tentando respirar. Retomamos o percurso e mais uns 30 km encontramos uma familia acampada ao lado de um rio, paramos nos abastecemos de água e entramos no rio de roupa e tudo. Seguimos no trecho dentro da floresta, nada de índios, onças e mitos, (hehehehehe), alguns nativos com casas de palha e espingardas para caçar. Conseguimos chegar na primeira balsa depois de 440 km as 18:00 horas, com chuvas, sol, buracos, saltos, de tudo que tem direito. Porém, não foi possível atravessar pois já estava encerradas as travessias. Acampamos na tenda de reunião da comunidade do Rio Guapuaçu. Jantamos um Tucunaré fresquinho da casa de um nativo, o dono da balsa. Manha seguinte (segunda feira), feita a travessia as 07:00 pau nas magrelas ainda restavam 140 km para chegar em Carreiro onde teriamos posto de combustivel. nesse trajeto, mais precariedades, porem sem tombos. Mais uma travessia e a 5 km da cidade A XT do Rafa pane seca, a do joão que vinha mais para tras que teria mais 2 litros de combustivel a 25 km tambem pane seca. A floresta queria a todo pano engolir os Trairões. Abandona a motoca pega carona, vai ate o posto volta, abastece, volta mais 25 km socorre o joão e segue caminho. Enfim, as 12:00 chegamos em Carreiro/AM, abastece as motocas e mais 120 km de asfalto até o outro lado da margem do Rio Amazonas para fazer a travessia de balsa para Manaus. Pegamos a balsa e chegamos em Manaus as 15:00, rumamos para uma agência Yamanha, para reparos nas magrelas, por que a floresta foi cruel com as mesmas. Troca óleo, vela, estica corrente, tira um pouco da tabatinga, e na saida as 18:00 para encontrar a casa da nossa anfitriã, (prima do João), constatamos que a XT do joão quebrou a rabeta. Deixa a bicha na agência para soldar e pega hoje a tardinha. Nesse interim, conhecendo Manaus, a bordo de uma só das XT e amanha cedo rumamos para Boa Vista/RR.
Vilhena/RO - Humaitá/AM  922 km
Humaitá/AM - Manaus/AM 680 km
Total 4674 Km

5 comentários:

Unknown disse...

Ae meus amigos...
MAis uma superada, o pior já foi...
Me emocionei lendo os troço aqui.
Da pra sentir um pouco de tudo que descreveram...Agora é só respirar fundo acelerar e curtir a paisagem.
Um grande abraço e fé em Deus.
Bulezito

Anônimo disse...

E dai gurizada. Estamos acompanhando daqui. Abração
Veiaco

Unknown disse...

Fala João!!
Então colocaram as motocas na estrada de novo!! E aí, curtiram a 319, tranquílo né!?!?
Estou acompanhando por aqui!
Abraço!

Rigon, Joinville.

Unknown disse...

Joao, nao e possivel que tu nao levou linha e anzol, cara dava para economizar legal na passagem por esta floresta.
Estou acompanhando aki de Palhoça e torcendo pelo sucesso de voces
um grande abraço a voces e muita sorte

cesar oliveira
palhoça

abraços a minha querida cruz alta

Unknown disse...

Olá pessoal!
A título de informação, neste domingo, dia 04/10, ocorreu um grave acidente, envolvendo o pessoal que trabalha na manutenção das torres da Embratel, na BR-319. Uma ponte não aguentou o peso da pick-up, em que três funcionários se encontravam e caiu. Infelizmente os três morreram no local e só foram resgatados na segunda. Acho que vocês passaram antes.
Boa viagem!